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Mãe que trabalha: entre o cansaço, a culpa e o amor que reconstrói

Entre o cansaço e a culpa, muitas mães se perdem de si. Este texto é um respiro: um olhar gentil sobre os desafios de maternar, trabalhar e ainda se reconhecer no meio disso tudo.

Gabriele Garcia

6/6/20254 min read

Mãe que trabalha: entre o cansaço, a culpa e o amor que reconstrói

🌬️ Respira. Você chegou.

Olá! Como você está?
Talvez o seu dia tenha sido corrido, talvez tenha sido um caos.
Mas o mais importante é: você está aqui agora.
Pode respirar.

Se tem alguém aí por perto, diga pra ela: “Pode respirar agora.”
Esse é o convite pra nossa conversa.
Um respiro. Uma pausa consciente.
Um presente que você se dá — porque, muitas vezes, vivemos presas entre o que passou e o que ainda nem aconteceu.

Estamos quase sempre no passado, revivendo culpas, dores, situações mal resolvidas.
Ou no futuro, ocupadas antes da hora com o que pode dar errado.

Resultado?
Vivemos o presente como campo de batalha.
Mas hoje, o convite é pra sentir o agora, com tudo o que ele traz.

🤍 A mãe que trabalha e os muitos pesos invisíveis

Essa conversa é para você, mãe que trabalha fora (ou dentro, ou nos dois).
Você que dá conta de agendas, tarefas, filhos, prazos e ainda tenta sorrir.
Você que sente que faz tudo — e, mesmo assim, parece estar sempre em dívida.

Quantas vezes você chegou do trabalho exausta e sentiu culpa por não brincar?
Quantas vezes deitou a cabeça no travesseiro com a sensação de que poderia ter feito mais — ou melhor?

E a culpa? Ah, a culpa...
Essa companheira que não dá trégua.
Ela aparece quando você diz “não”, quando não consegue ir à reunião da escola, quando esquece algo pequeno, mas importante.
Ela aparece até quando você faz o que precisa ser feito.

⚖️ A culpa tem dois lados: carrasca ou guia?

A culpa, por mais dolorosa que seja, não é uma vilã absoluta.
Ela pode se manifestar de duas formas:

☁️ Culpa disfuncional:

Aquela que te condena.
Te chama de egoísta, de péssima mãe.
Te paralisa.
Não abre espaço pra solução — só pra autopunição.

🌱 Culpa funcional:

É a que te sinaliza valores.
Te mostra o que importa, sem te destruir por dentro.
Diz: “Ei, isso tem significado pra você. O que você pode fazer com isso?”

✨ Exemplo real:

Você chega do trabalho e diz não ao pedido de brincar.
Mais tarde, a culpa bate.

  • Se for disfuncional, você se chama de péssima mãe.

  • Se for funcional, você pensa: “Brincar é importante. Amanhã vou acordar 10 minutos mais cedo pra estarmos juntos.”

A diferença?
Uma te paralisa. A outra te movimenta.

🧠 Quando a culpa domina, surgem as armadilhas emocionais

Quando você dá ouvidos demais à culpa disfuncional, ela vai abrindo espaço pra comportamentos automáticos que te desgastam ainda mais.

Vamos falar sobre essas armadilhas emocionais — e como elas atuam de forma silenciosa no seu dia a dia.

1️⃣ Sempre dizer “sim”

Você diz sim pra tudo e todos.
Porque a culpa te disse que, se disser não, você é egoísta.
Mas lá dentro, você se sente exausta, irritada, sobrecarregada.

📍 “Cada sim que fere seus limites é um não silencioso pra você mesma.”

E, sem perceber, você ensina seus filhos a não ouvir os próprios limites.

2️⃣ Querer ser a melhor em tudo

Aquela voz interna diz que você precisa se provar.
Precisa mostrar que dá conta. Que é excelente. Que é suficiente.

Você quer ser a melhor mãe, a melhor profissional, a mais organizada, a mais calma.

Mas no fundo, está tentando calar a voz da culpa acusadora.

“Na pandemia, trabalhava até 3 da manhã para ser tudo.
Resultado: fui elogiada, mas precisei pedir afastamento — em prantos.”

Esse esforço não é força — é medo disfarçado.

3️⃣ A ilusão de dar conta de tudo

Fomos ensinadas que ser forte é não precisar de ninguém.
Que pedir ajuda é fracassar. Que amar é esquecer de si.

Mas será que dar conta de tudo sozinha é força?
Ou é medo de parecer fraca? De ser julgada? De não ser acolhida?

“Na roça, quando uma mulher ganhava neném, a comunidade se mobilizava. A vizinha trazia uma fornada e pão, a amiga levava a roupa para lavar, a outra feria os cueiros..."

Dentro da nossa realidade, ainda podemos ser rede de apoio...

Você não nasceu pra fazer tudo sozinha.
Você nasceu pra viver em rede.

4️⃣ Só eu faço bem feito

Essa armadilha vem do medo de perder o controle.
Do medo de que, se alguém mais fizer… você não seja mais necessária.
Ou que as coisas saiam diferentes do seu padrão — e isso signifique falha.

Mas confiar também é ensinar.
Delegar é partilhar o cuidado.
E seu filho precisa ver isso acontecer.

5️⃣ A comparação

Você olha a outra mãe e acha que ela faz tudo melhor.
Compara sua correria com o palco bonito que ela mostra.
E se sente menor, insuficiente.

📍 A comparação nasce da insegurança — e da idealização.

Ela te rouba autoestima, envenena sua paz e te desconecta de si.

6️⃣ A permissividade

Você trabalha o dia todo.
Chega cansada. Culpa no peito.
E aí… cede.

Cede porque não quer conflitos.
Porque o tempo é curto demais pra “brigar”.

Mas sem limites, o amor vira insegurança.

“É como deixar seu filho atravessar a rua no sinal vermelho pra não contrariá-lo.”
Cuidar é orientar, mesmo que isso traga frustração.

🌬️ Cuidar de si também é maternar

Duas perguntas simples (e difíceis):
O que te faz bem?
O que te faz mal?

Talvez você não consiga responder.
Talvez perceba que tem feito muito do que te faz mal
— e quase nada do que te faz bem.

✨ Tome um banho demorado ouvindo sua música preferida.
✨ Sente-se com uma xícara de café e só… esteja com você.
✨ Diga “não” com respeito, mas sem culpa.

Seu filho aprende com quem você é.
E cuidar de si é mostrar a ele que isso também é importante.

💬 Conclusão: Aonde você vai, seu filho vai junto

Trazer consciência sobre o que você sente — e por quê —
é o primeiro passo para transformar a sua jornada.

Você não precisa ser perfeita.
Você já faz o bastante.
Você não precisa se provar.
Você já é tudo o que seu filho precisa: uma mãe de verdade.

E não tem missão mais bonita no mundo do que formar um ser humano.

✨ Sigamos melhorando. Mas, acima de tudo, acolhendo a nossa humanidade.

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Qual dessas armadilhas você mais reconhece na sua rotina?